Visões Fabulosas da Realidade

Fotos por: Lainha Loiola e Humberto Araújo

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À noite sinto o cheiro do silêncio.

Interrompido.

Gosto de andar livre.

Interrompida.

Ouço passos

reais, 

imaginários,

tomo um caminho.

Me interrompo.

Mudo a direção

porque é noite.

Fotos por: Lainha Loiola

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Fotos por: Humberto Araújo

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A noite
Para alguns pode ser ilusão mas para outros é realidade
A noite pode ser lugar
De fuga, para uns, e de refúgio, para outros
Cheia de criaturas fascinantes, e de outras nem tanto…
A noite é tempo. Tempo de extravasar
Chorar e rir, tempo de aprender e de resistir.
De aprender a resistir.
Lugar de ser
Ser quem você é
Ou ser outra… outras… isso cabe, também.
A noite é fetiche, desatino
É encontro…
Uma velha conhecida
Porém sempre cheia de mistérios
Uma entidade
Como assim, qual a essência da noite?
A noite é própria essência
Laroyê
NÁGILA

Fotos por: Lainha Loiola

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Fotos por: Humberto Araújo

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Fotos por: Lainha Loiola

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Sobre o projeto

A idealização desse projeto, concebida pelos artistas Lainha Loiola (proponente) e Gustavo Letruta ( diretor artístico ) dá vida a uma vontade alimentada há aproximadamente 3 anos pelos artistas. Ambos artistas dialogando com a narrativa da fotografia e do Audiovisual, aprofundaram suas pesquisas e práticas no universo da rua, do cotidiano, da sociedade como ela é em seu dia-a-dia. Através de um olhar sensível e atento, foi percebido um lugar de esquecimento de alguns corpos. Desprotagonizados, afastados, marginalizados. As alegorias visuais sempre priorizam corpos padrões, jovens, com um formato ideal de beleza e estética. E são pouco identificados os corpos marginais, fora do eixo, corpos negros periféricos, corpos velhos, corpos LGBT, corpos deficientes.

Com um desejo de enaltecer e reconhecer o lugar de beleza desses corpos e dessas identidades, a exposição Miragens dá vida a um universo de belezas e riquezas identitárias. Onde pessoas são percebidas, suas identidades mostradas, de um jeito afetuoso, biográfico, cotidiano e contemplativo. Uma forma de identificar essas marginalidades de um jeito leve, onde por hora se mostram suas realidades – muitas vezes difíceis, massacrantes, violentas – mas muitas outras vezes não-mostradas. É exatamente o momento onde entra o projeto. Onde há enfrentamento, também há amor, riqueza, poesia, arte. Um lugar que reflete indivíduos e observa seus lugares de importância através das lentes grande-angulares – para mostrar seus ambientes de convivência – e teleobjetivas – para ampliar suas interioridades, suas histórias, suas vidas.

Fotos por: Lainha Loiola e Humberto Araújo